A obra “O cão que comia a chuva”, de Richard Zimler, ilustrada por Júlio Pomar, editada pela Porto Editora, vence a sexta edição do Prémio Bissaya Barreto de Literatura para a Infância 2018, promovido pela Fundação Bissaya Barreto (FBB). A cerimónia de entrega do Prémio Bissaya Barreto de Literatura para a Infância 2018 tem lugar no dia 5 de abril, às 17h30, na Casa das Artes Bissaya Barreto, em Coimbra.
Nas palavras do júri, constituído por Rui Marques Veloso, Leonor Riscado e Lúcia Santos, presidente do júri, em representação da Fundação, a obra premiada é “um livro de artista em que convivem, magistralmente, duas narrativas – o texto e as imagens”. “A depuração, fluidez e elegância são as marcas dominantes de um livro que nos cativa pelas leituras, atentas e sensíveis, do quotidiano de uma família, perspetivadas pelo olhar peculiar de um animal de estimação. A expectativa gerada pelo título poético vai sendo concretizada e ampliada, alimentando a empatia do leitor à medida que a ação progride e permitindo a identificação e comprometimento com valores humanistas”, refere.
O autor do texto, Richard Zimler, nasceu nos E.U.A., onde estudou Religião Comparada e Jornalismo, e trabalhou como jornalista durante oito anos, principalmente na região de São Francisco. Em 1990 foi viver para o Porto, onde lecionou Jornalismo, primeiro na Escola Superior de Jornalismo e depois na Universidade do Porto. Desde 1996, publicou onze romances, uma coletânea de contos e quatro livros para crianças, tendo vencido o Prémio National Endowment of the Arts Fellowship in Fiction (1994), Prémio Herodotus (EUA), pelo livro “O Último Cabalista de Lisboa” (1998) e o Prémio Alberto Benveniste, pelo livro “Goa ou o Guardião da Aurora”. A sua obra encontra-se traduzida para 23 línguas. Sobre o prémio, Richard Zimler afirma: “Fico muito feliz e honrado por receber este prémio da Fundação Bissaya Barreto. Quero exprimir a minha profunda gratidão ao júri, à minha editora, Porto Editora, e ao ilustrador do livro, Júlio Pomar”.
Júlio Pomar nasceu em Lisboa, em 1926, e atualmente vive e trabalha em Paris e Lisboa. Tem-se dedicado especialmente à pintura, mas realizou igualmente trabalhos de desenho, gravura, escultura e «assemblage», ilustração, cerâmica e vidro, tapeçaria, cenografia para teatro e decoração mural em azulejo. A Fundação Calouste Gulbenkian atribui-lhe o Prémio de Gravura (ex-aequo) na I Exposição de Artes Plásticas, em 1957, e o 1.º Prémio de Pintura (ex-aequo) na II Exposição de Artes Plásticas, em 1961. A Fundação FVG, de Hamburgo, concedeu-lhe o Prémio Montaigne em 1993. Recebeu o Prémio AICA-SEC em 1995, o Prémio Celpa / Vieira da Silva, em 2000, e em 2003 o Prémio Amadeo de Souza-Cardoso.
FUNDAÇÃO BISSAYA BARRETO VALORIZA “LITERATURA DE QUALIDADE E DIMENSÃO ESTÉTICA” DO LIVRO PARA A INFÂNCIA
Com reconhecida intervenção e experiência no campo da educação de infância, a Fundação Bissaya Barreto instituiu este prémio bienal em 2008, com o duplo objetivo de contribuir para a valorização e promoção da literatura de qualidade destinada à infância e para a valorização da dimensão estética do livro. Para a Presidente da Fundação Bissaya Barreto, Patrícia Viegas Nascimento, ao premiar a boa literatura para a Infância, a Fundação quer “dar o seu melhor contributo para fomentar leitura e escrita de qualidade”. “Premiando bons autores, boas obras, queremos ajudar os Pais, Educadores e Professores a encontrarem as melhores referências de leitura para os seus filhos, educandos e alunos”, refere a responsável, que felicita a dupla de autores da obra vencedora pela sua grande qualidade.
Podem concorrer ao Prémio obras que tenham sido publicadas nos dois anos imediatamente precedentes ao ano de edição do concurso, por entidades nacionais com atividade editorial e sede no território nacional, ou pelos próprios autores, portugueses ou residentes em Portugal. O prémio, no valor pecuniário global de 5.000,00€ (cinco mil euros) é atribuído, em conjunto, aos autores da obra selecionada (texto e imagem), destinando-se a cada um, metade do valor.
Nesta sexta edição do Prémio, o júri congratula-se com a elevada adesão de candidaturas, bem como com a crescente qualidade dos livros apresentados a concurso, o que considera valorizar significativamente esta iniciativa. Nesta edição, concorreram 180 obras, com a participação de 60 editoras e de quatro edições de autor.
Nas edições anteriores, as obras premiadas foram as seguintes: 2016 – “Gato procura-se”, de Ana Saldanha e Yara Kono, editada pela Caminho; 2014 – “Pequeno Livro das Coisas”, de João Pedro Mésseder e Rachel Caiano, editada pela Caminho; 2012 – “A Bicicleta que tinha bigodes” de Ondjaki, editada pela Caminho; 2010 – “O Cavalinho de Pau do Menino Jesus e Outros Contos de Natal” de Manuel António Pina e Inês do Carmo, editada pela Porto Editora; 2008 – “O Livro da Avó” de Luís Silva, pelas Edições Afrontamento.