Prémio 2011: Saúde na Criança – Alavanca da Cidadania
A IIIª edição do Prémio incidiu sobre a área da Saúde para, sob o lema “Saúde na Criança – Alavanca da Cidadania” distinguir o projeto, tecnologia e/ou prática de cuidados de saúde inovadores e integradores, desenvolvidos em Portugal, que demonstrassem, pelo seu cariz solidário e humanitário, ter acrescentado valor de diferenciação positiva ao processo de dignificação e promoção das condições de vida da criança e, em particular, da criança vítima de doença.
Resultou vencedora a Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro, pelo seu trabalho “Acreditar +”, nele reconhecendo, o Júri, “a qualidade e expressão dos princípios humanistas orientadores da ação desenvolvida por este projecto institucional que, em conformidade com os valores da Fundação Bissaya Barreto, considerou ser exemplo de uma efetiva alavanca da cidadania. Destacando o âmbito nacional da sua intervenção, o Júri valorizou ainda a forte expressão do voluntariado organizado, associado a esta causa, concorrendo meritório o programa de formação intensiva que, para este fim, é proporcionado pela instituição.
Identificaram-se ainda como relevantes a multidisciplinaridade e dimensões do programa de cuidados de saúde promovido pela Associação, desde o apoio de retaguarda, anualmente proporcionado às famílias com crianças com cancro, através das Casas Acreditar, às iniciativas pedagógicas e mobilizadoras de apoios diversos, tendentes a melhorar a promoção das condições de vida da criança vítima de doença oncológica”.
Na cerimónia de entrega do Prémio, que contou com a presença do Primeiro Ministro, a Presidente do Conselho de Administração da Fundação, Patrícia Viegas Nascimento, elogiou o trabalho da instituição vencedora que, disse, “emergindo de um esforço organizado da sociedade civil foi capaz de transformar conhecimento e voluntarismo em Ação, chamando a si a difícil missão de – no limite da desesperança, do medo e da angústia – fazer acreditar; de partilhar esperança e apontar caminhos; de colaborar com os hospitais pediátricos de uma forma integrada, disponibilizando recursos, com formação adequada, para atuarem sobre os efeitos psicossociais da doença oncológica; de prestar às crianças, hospitalizadas e no domicilio, cuidados paliativos e atividades promotoras do seu desenvolvimento integral, minimizando os efeitos do seu sofrimento físico e emocional, do seu isolamento e desintegração escolar e social; de prestar apoio, através das “Casas Acreditar”, a centenas de Pais, que durante o tratamento dos seus filhos, podem gratuitamente dispor destas residências temporárias, junto aos hospitais, poupando-os de pesados encargos com deslocações e alojamento”.
Para João Bragança, Presidente da Direcção da Acreditar, “o lema da Fundação Bissaya Barreto – façamos felizes as crianças da nossa terra – poderia ter estado na génese da Acreditar” porque, registou “afinal, existimos para que as crianças que são confrontados com uma guerra injusta – a do cancro infantil – consigam dizer a palavra felicidade quando se olham ao espelho”. Não alheio ao simbolismo da data escolhida para a realização da cerimónia de entrega deste prémio, João Bragança cumprimentou ainda a Fundação pelo seu aniversário: “A Fundação está de parabéns. Celebra 53 anos de vida mas, no dia em que o faz, decide não pedir – oferece um presente. Em troca recebe aquilo que ambicionam as pessoas de boa vontade: o conforto do altruísmo ou, para um católico que nunca deixo de ser, o exercício do amor ao próximo” – disse.
A encerrar a cerimónia, o Primeiro Ministro Pedro Passos Coelho, elogiou o pioneirismo em que, no quadro da filantropia social, cabia por justiça enquadrar-se a Fundação Bissaya Barreto e congratulou-se com a escolha do Júri, na atribuição do prémio à Acreditar, instituição cujo “trabalho notável a todos convoca” – disse. Muito particularmente sublinhou a importância das suas Casas de acolhimento, “um novo lar” que evita que, “à dor já pesada por ver um filho vitima de doença grave se acrescente a dor da separação dos pais numa altura em que as crianças deles mais precisam”.
Para Pedro Passos Coelho, “ao lançar o tema saúde na criança, alavanca da cidadania, a Fundação Bissaya Barreto conseguiu prestar a mais justa homenagem a Nuno Viegas Nascimento. O seu legado – disse – não podia ser melhor preservado pela Fundação Bissaya Barreto que continua e continuará a fazer o que sempre a distinguiu: manter uma presença ativa em várias áreas de intervenção social. (…) Iniciativas como estas que a Fundação Bissaya Barreto promove, são essenciais para valorizar não apenas o voluntariado, para sublinhar as preocupações altruístas e filantrópicas, como para irmos fazendo a reengenharia sobre a construção de uma sociedade justa” – afirmou ainda o Chefe do Governo.