A Casa acolhe artistas emergentes no panorama da arte contemporânea, em exposições individuais e coletivas. Em 2023, destacaram-se as exposições de Luísa Ramires, nEcKo e as exposições coletivas [Entre Paredes] e do Festival Apura.

bLast é a última exposição que a Casa das Artes – Sá da Bandeira vai acolher antes de entrar num período de renovação. A transformação começa com o reimaginar dos espaços de toda a Casa, desde a cave ao sótão, com total liberdade para intervir na estrutura e objetos que persistiram ao tempo e às várias identidades que o edifício assumiu desde a sua construção. bLast conta com a participação de 38 projetos artísticos, cujas criações foram pensadas de forma a proporcionar ao público uma experiência imersiva e interativa, antes de, como o título indica, ir tudo pelos ares. Mais informações em https://www.fbb.pt/cabb/blast/

Artistas em exposição: Ana Frois, Andrea Paz, Babu, Bernardo Nascimento, Bite records, Bruno Fidalgo Sousa, CALA x Vanda Santos, Catarina Parente, Clarisse Silva, Coletivo Gambozino, Cyril Reichenbach, Diogo Braga, Nathalia Coehl e Thales Luz, Diogo Nunes, ETC – Eléonore Labattut & Simon Deprez, Filipa Alfama, Gil Mac, Gonçalo Gaiola, Henrique Vilão, Inês Rebeca, Inês Santos, Inês Serpente, João Concha, Lilian Walker, Luisa Ramires, M. M. Moinhos, Madalena Pequito, Margarida Franco Rodrigues, Maria Palma, Martîm, Pinelopi Triantafyllou, Ricardo Leiria, Saco da Baixa, Sarah Legow, So & Bernardo Matos, Sonia Salcedo, Time for the oniric, Vitor Malva e Xana Eloy.

Exposição patente de 16 de março até 18 de maio de 2024, de terça-feira a sábado entre as 15H00 e as 19H00. Na Casa das Artes Bissaya Barreto da Av. Sá da Bandeira (nº83)

Maria Luísa Capela é guiada pela beleza da cor que ganha forma, e, com ela é, sem constrangimentos, levada para espaços remotos, como paisagens reunidas sem agendamento prévio, que emitem um deslumbramento condenado à criação de tentar engolir o mundo.

Os trabalhos da artista partem das coisas do mundo que fazem a descrição da sua memória, num lugar enérgico de inquietações e rodopios do mundo que a movem para alcançar a morfologia da paisagem naquela que é a surpresa libertadora da tecnologia dos materais e técnicas que transita.

Licenciada em Pintura na FBAUL, tendo concluído em 2019. Estudou ainda na Accademia Albertina di Belle Arti em Turim. Ganhou o 2º Prémio na XII Edição da Bienal Internacional Arte Jovem de Vila Verde (2022) e o Prémio Revelação na XV Edição do Prémio D. Fernando II no MU.SA (2019). Teve a sua 1ª exposição individual VERDECER AO SOL (2022) na Galeria Spazio Nuovo em Roma e recentemente teve a exposição individual HACIENDO FLORES DE PAPEL (2023) após residência artística em Lérida, Espanha.

Exposição patente de 22 de fevereiro até 13 de abril de 2024. Visitas de terça a sábado, entre as 15H00 e as 19H00. Entrada livre.

[Entre Paredes] é uma exposição concebida para ilustradores criarem e exporem. Realizada anualmente, com base numa Open Call, terá um tema amplo renovado a cada edição. Este ano, o tema é: O que faz uma casa?

A casa é um lugar em que a relação entre a materialidade e a imaginação se unem na criação de um sentimento de pertença. A partir de uma Open Call, nove artistas foram selecionadas para expor a sua visão do que faz uma casa. As suas obras remetem para a casa como espaços a apropriar e a transformar, ricos em memórias. Lugares de intimidade, proteção e segurança, mas também de imaginação e transcendência.

Exposição patente entre 16 de novembro de 2023 e 3 de fevereiro 2024, com trabalhos de Bernardo Cantigas, Carolina Serranito, Constança Duarte, Elena Urbina, Filipa Alfama, Julia Chetwood, So, Theritch e Tiago Pereira.

A IV edição do Festival Apura enche as galerias da Casa das Artes Bissaya Barreto – Monumentais com um conjunto de obras plásticas e visuais de artistas e projetos individuais e coletivos. Nestas salas cruzam-se imaginários, experiências, técnicas, gerações, mensagens, que refletem em diversidade os ecos culturais que transbordam as fronteiras físicas e imaginárias que separam (e unem) Coimbra do (ao) resto do país e do mundo. Obras de Tu Metes Nojo, Jonathan Miranda, Zabeth, Coletivo Gambuzino, Maria Palma, Inês Santos e Babu.

Exposição patente entre 28 de setembro e 19 de outubro de 2023.

Transmídia é uma exposição onde a pintura de graffiti, o design computacional, a inteligência artificial, a projeção e a arte vídeo se juntam para refletir sobre questões fundamentais que nos afetam a todos: a forma como coexistimos com a tecnologia e como esta modifica e amplifica as nossas capacidades cognitivas, em corpos orgânicos não preparados para uma aceleração evolutiva disruptiva e forçada.

Uma viagem introspetiva pela arte híbrida, para mentes do século XXI, que explora diálogos entre arte, ciência, ética, filosofia, acerca do passado, presente e futuro da espécie humana. Estarão a biologia e a tecnologia a convergir na mesma direção? Quais as implicações da hibridização da espécie humana com a tecnologia?

Nascido em Buenos Aires, foi em Madrid que nEcKo cresceu e construíu a sua linguagem artística baseada no graffiti. Mais tarde, começa a integrar elementos tecnológicos e a participar, como diretor criativo, em campanhas disruptivas para grandes marcas como a Volvo, Cirque du Soleil, Walt Disney, Hard Rock, Aston Martin, entre outras. Ao mesmo tempo, é convidado em competições e exposições internacionais onde desenvolve um diálogo cada vez mais profundo com a arte multimédia. Desde 2022 que passa alguns meses do ano em Coimbra, onde continua a explorar fórmulas artísticas híbridas entre a arte plástica convencional e a tecnologia.

Exposição patente de 20 de julho a 2 de setembro de 2023.

Através da exploração de diferentes técnicas como o desenho, a serigrafia e a montagem digital, Luísa Ramires relaciona os fenómenos naturais àqueles da ação humana, numa clara expressão de uma vontade de limpeza e cura, expandida até à audiência, que poderá interagir com a exposição num exercício de libertação e evolução.

Desde a crosta terrestre até à própria constituição do nosso ser interior, a falha surge como uma inevitabilidade que permeia tudo o que é. Manifestando-se em espaços vazios, rachas criadas pelo próprio tempo, e desejos além da nossa capacidade de concretização, a falha assume, no nosso imaginário conceptual e verbal, uma imediata associação ao erro – onde o que é e o que deveria ser se confrontam.

Ao refletir sobre este ponto, Herberto Helder conclui: “O erro aparece como uma constante, mas existe a possibilidade de ser sempre menor. Entre um grau máximo e um grau mínimo de erro, situa-se a evolução. (…) Evolui, evoluirei.” (Jornal de Letras e Artes, Maio, 1964).

A partir deste ponto de vista, Luísa Ramires convida os espectadores a procurar subverter esta associação. Desde o traço manual ao digital, todas as obras refletem um processo suscetível à falha. Ora obras inacabadas, ora obras auto-reprimidas, procurou ela própria fugir a estes preconceitos e assumir o que as tornava únicas – o erro. Exagerou-os, apropriou-se, tornou-os nas composições que aqui poderão ver e refletir.

Luísa Ramires concluiu o curso de Pintura na Faculdade de Belas Artes de Lisboa e o Mestrado de Mercados da Arte no ISCTE. Utiliza práticas artísticas como o desenho, a manipulação digital e a serigrafia têxtil. Combina frequentemente técnicas manuais com técnicas digitais, remetendo-nos para a união entre estes dois mundos, explorando a interposição da génese de uma atmosfera a partir de elementos geológicos. Expõe o seu trabalho em Portugal e no estrangeiro, em países como Espanha, França, Nova Zelândia, Dinamarca. Conta com exposições em diversas instituições como o Museu Nacional Machado de Castro em Coimbra e o Convento do Carmo em Lisboa.

Exposição patente entre 1 de abril e 13 de maio de 2023.

Concebida para a Casa das Artes Bissaya Barreto, a exposição apresenta um conjunto de imagens que resultam da investigação do fotógrafo com as técnicas da fotografia digital e impressão em cianotipia. Um conjunto de exercícios fotográficos e experimentais que exploram o conceito de tempo e a sua capacidade de adição e subtração.
Vitor Malva (Coimbra, 1988) é mestre em Arquitetura pela Escola Universitária das Artes de Coimbra. Teve a sua primeira exposição individual nas Inaugurações Simultâneas de Miguel Bombarda, no Porto, e participou na Mostra Nacional de Jovens Criadores de 2018, vencendo na área de Fotografia. Em 2019 foi um dos representantes de Portugal na Bienal de Jovens Criadores da CPLP em Luanda, Angola.

Exposição patente entre 18 e 29 de fevereiro de 2020.