somos todos passageiros
2024
Técnicas variadas

“Fazemos parte de um organismo natural onde tudo acaba por alcançar uma nova forma de vida, e onde tudo se transforma um no outro. Com o passar do tempo, também nós iremos fazer parte deste ciclo, ao retornar ao solo, onde nos dissolveremos e cresceremos.”

É a partir deste conceito que surge a obra somos todos passageiros, uma instalação que pretende refletir a forma como as coisas que nos rodeiam acabam por se transformar no nosso diálogo. Nem sempre reconhecendo certas imagens, existe algo no subconsciente que nos faz sentir irrevogavelmente refletidos e relembrados, seja pela forma como representam partes do nosso ser ou meros fragmentos das nossas memórias. O uso recorrente do tecido simboliza a capacidade que este tem de absorver o que o nosso corpo deixa para trás, ajustando-se não só às memórias e experiências de cada um, como também aos espaços que já nos habitaram.

Este projeto procura, acima de tudo, representar o que está ausente para que fique presente, e apelar à sensibilidade e fragilidade tátil que estes objetos carregam. Esta instalação retrata a ideia de abrigo que acolhe o espetador numa viagem da realidade material à ordem do sensível.

Clarisse Silva, artística plástica que vive e trabalha em Lisboa, Portugal. Licenciada em 2023, em Pintura, na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, e com percurso pela Nuova Accademia di Belle Arti, Milano, Itália, em 2022. Tem participado em exposições coletivas e individuais desde 2019, tais como, Emergências, na Contextile, Guimarães 2022, No começo da Estrada, no Museu Tapeçaria de Portalegre 2023, e na Mostra Nacional de Jovens Criadores, Vila do Conde 2023. O seu trabalho tem-se desenvolvido cada vez mais através da experimentação material e da inevitável conexão que surge entre esta, o tempo e a memória. Clarisse procura retratar o culminar de experiências e vivências pessoais, através de um fazer e desfazer quotidiano do corpo.