O Patrono: Fernando Bissaya Barreto
“De vez em quando, a floresta produz uma árvore mais alta. Os genes humanos geram um Homem maior. A Humanidade capricha num grande coração.”
António de Almeida Santos, em homenagem nacional ao Professor Bissaya Barreto, Coimbra, 1997.
Fernando Baeta Bissaya Barreto Rosa nasceu a 29 de outubro de 1886, em Castanheira de Pera (distrito de Leiria). Foi o segundo de quatros filhos do casal, Albino Inácio Rosa, Joaquina da Conceição.
Aluno brilhante, formou-se em Filosofia e Medicina na Universidade de Coimbra. Republicano convicto, viveu intensamente a Greve académica de 1907 e os movimentos estudantis republicanos que antecederam e levaram à queda da monarquia. Entre 1911-1915, foi deputado à assembleia nacional Constituinte pelo partido evolucionista liderado por António José de Almeida. Em 1915 doutorou-se e iniciou carreira como professor universitário na faculdade de Medicina de Coimbra, a qual culminaria em 1956, ano em que se jubilou.
A partir de 1927 assumiu a presidência da Junta Geral de Distrito e das sequentes Junta de Província da Beira Leitoral e Junta Distrital de Coimbra. No exercício destas funções, colocou em prática o conceito evolucionista de medicina social implementando, em toda a vasta província, uma rede de estabelecimentos e serviços – de educação, de assistência médico-social e de combate aos grandes flagelos sociais do seu tempo – ímpar e isolada, no contexto das políticas de saúde em Portugal até ao 25 de Abril.
Eminente catedrático, médico cirurgião, humanista e filantropo, Fernando Bissaya Barreto foi uma das personalidades com maior poder de realização de que o centro do país pôde beneficiar, que certamente mais marcou os destinos da cidade de Coimbra afirmando-se assim, pela extraordinária e inovadora Obra Social que edificou e legou, uma referência maior da história da assistência pública e da medicina social em Portugal.
Em 1958, conjuntamente com um grupo de amigos e admiradores, instituiu a Fundação Bissaya Barreto dotando-a de fundos próprios e do compromisso de dar expressão continuada e organizada à Obra Social por si iniciada. Presidiu aos primeiros 16 anos da instituição, até falecer.
Faleceu em Lisboa, vítima de acidente vascular cerebral, a 16 de setembro de 1974 e foi sepultado em Castanheira de Pera.
Por vontade testamentária fez herdeira universal de todos os seus bens a Fundação Bissaya Barreto.