“Sem fausto, sem pretensões a coleccionador de arte, (Bissaya Barreto) adquiriu numerosas obras e peças decorativas, de mobiliário, de cerâmica, de escultura, e sobretudo de pintura de reconhecido interesse e valor.”

 Telo de Morais 

Jardim: São notabilíssimos os painéis de azulejos barrocos recortados, de fabrico lisboeta, que forram o interior do muro alto que circunda o jardim (séc. XVIII).

Alpendre da entrada inferior: espaço revestido com azulejos enxaquetados formando esquema geométrico em que se conjuga o azulejo azul e o azulejo branco (séc. XVI).

Residência: Destacam-se os alizares de azulejos policromados com motivos maçaroca do séc. XVII, recuperados de edifícios demolidos, e os azulejos setecentistas da oficina de Salvador de Souza com iconografia de temática religiosa. Os lambris do salão e da sala de jantar, da 1.ª metade do séc. XX, mostram ainda interessantes composições, ora de azulejo a azul e branco, ora de azulejo policromado

Assinam obras do naturalismo português pintores tão reputados como José Malhoa, Fausto Gonçalves, Eduarda Lapa, Souza Pinto, José de Brito, Maria de Lourdes de Mello e Castro, José Girão, Fausto Sampaio, ou Alberto Sousa. Ainda de nomeada, trabalhos de António Gameiro, Túlio Vitorino, Artur Loureiro, Júlio Pina, Simão da Veiga, João Reis, José Contente, entre outros.

Coleção de peças escultóricas (bustos e estatuária, de pequena e grande dimensão) executadas em pedra, em bronze e mármore, de proveniência portuguesa e europeia.

Para além das peças notáveis em porcelana da China, na sua grande maioria Companhia das Índias, ou da coleção de porcelanas europeias, a cerâmica popular conquistou igualmente o apreço do Professor. Facto que atesta a presença de belos exemplares de faiança portuguesa, dos sécs. XVIII e XIX, proveniente das primitivas fábricas de olaria do país.

A beleza dos gessos e da pintura de teto da sala de estar, da autoria de Fausto Gonçalves, as pinturas bucólicas que decoram a sala de jantar e a biblioteca asseguram ambientes acolhedores de grande harmonia temática e decorativa.

São de belíssimo recorte os diversos gradeamentos, portões e outras aplicações em ferro forjado executadas por Lourenço Chaves de Almeida (1876-1952), o “ourives do ferro” como lhe chamou o poeta Afonso Lopes Vieira, pela mestria da técnica e sensibilidade com que este burilador e escultor do ferro conferiu apurado sentido artístico a todos os seus trabalhos.

No exterior, com linhas sóbrias mas elegantes, sobressaem os bancos e balaustradas em cantaria e, bem assim, a escadaria bifurcada de acesso ao piso principal da casa. No interior, merecem destaque os fogões de sala e os umbrais das cinco portas que se abrem a partir do hall.